Noruega – história recente, economia e natureza

Os vikings são considerados seus primeiros habitantes, mas a formação da Noruega como país iniciou-se no século XIX. Nesse momento, formava com a Suécia um único Estado, governado pela Família Real Sueca. No início do século XX, porém, a população norueguesa passou a reivindicar sua autonomia, por meio da realização de um plebiscito em 13 de agosto de 1905. A população da Noruega, então com 368 208 votantes, optou maciçamente pelo fim da união com a Suécia, ocorrendo apenas 184 votos favoráveis à manutenção da união.

Em 26 de outubro do mesmo ano, o rei Oscar II reconheceu a Noruega como nação independente e abdicou do trono norueguês. A população da Noruega optou pela manutenção da monarquia em seu território, sendo Haakon VII proclamado rei.

A Noruega é considerada um dos países que oferecem as melhores condições de vida à sua população, apresentando uma economia sustentada basicamente por setores tradicionais, como o extrativismo animal (pesca); extrativismo vegetal (florestas); extrativismo mineral (petróleo e gás natural); e na desenvolvida indústria naval.

A Noruega é o principal país produtor de petróleo e gás natural totalmente europeu e apresenta uma indústria petroquímica bastante forte e diversificada, produzindo fertilizantes agrícolas e matéria-prima na confecção de compostos plásticos.

Destaca-se, ainda, na produção de metais, como alumínio, magnésio e ligas de ferro, e na produção de celulose e papel, extraídos das vastas extensões de recursos florestais existentes no território.

O país também se sobressai na produção de energia hidrelétrica, sendo aproximadamente um terço dessa energia empregado no setor industrial, o que torna a produção mais barata e limpa, quando comparada à de outros países europeus.

Outra importante fonte de recursos para Noruega é o oceano. Com 57 mil quilômetros de costa, as atividades econômicas ligadas à indústria marítima desempenham papel fundamental para as populações que residem na região.

Atualmente, calcula-se que cerca de 30 000 noruegueses retiram o seu sustento da indústira pesqueira, produzindo cerca de 600 000 toneladas de mariscos e peixes, com destaque para o bacalhau e o salmão, peixes de águas frias.

A indústria naval da Noruega conta com mais de 50 estaleiros que produzem desde grandes embarcações comerciais até navios-tanques, modernos navios pesqueiros, navios frigoríficos, catamarãs, entre outros.

O setor de turismo tem apresentado grande crescimento na Noruega. A maioria dos turistas que visita o país vem da Alemanha, da Dinamarca, da Suécia, do Reino Unido e da Holanda em busca das belas paisagens norueguesas, formadas, principalmente, pelos fiordes – vales de origem glacial de paredes abruptas, invadidos pelo oceano – ou para passarem pela experiência de viver o Sol da meia-noite, período do ano, durante o verão, em que o Sol brilha 24 horas por dia, nas regiões localizadas além do Círculo Polar Ártico.

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Queimando sutiãs

Com o fim da Segunda Guerra mundial e o retorno dos soldados estadunidenses, as mulheres foram substituídas como mão de obra e muitas viraram “donas de casa”. As casas, equipadas com aparelhos eletrodomésticos que deveriam “libertar” a mulher, foram o centro de outro tipo de manifestação, pois a luta pela liberdade também atingiu as residências domésticas e, principalmente, as mulheres. No interior dos lares, as mulheres se ergueram em um movimento contra a discriminação sexual.

Mesmo constituindo 40% da mão de obra economicamente ativa nos Estados Unidos, na década de 1960, na prática, as mulheres, assim como os afrodescendentes, eram discriminadas. Havia disparidade no acesso às profissões; os cargos e os salários eram divididos de acordo com o código tradicional da época: para “ele” e para “ela”.

Foi contra o machismo dominante na sociedade patriarcal estadunidense que muitas mulheres reivindicaram liberdade, ou seja, direitos iguais. Algumas mulheres, as solteiras, queriam o fim da rigorosa vigilância familiar. Outras, as casadas, queriam maior participação nos negócios da família e o fim do arbítrio masculino. Resumindo, as mulheres não queriam continuar sendo um “acessório” para os homens.

Em 1968, houve uma manifestação de protesto contra o concurso de Miss América, na qual uma centena de mulheres criticava o senso comum da época que as enxergava apenas como formas bonitas. A reivindicação era o reconhecimento pelas capacidades e potencialidades, e não pelo físico corporal.

Em decorrência dessas reivindicações, surgiu um novo perfil de mulher, que não considerava a maternidade a única função do sexo feminino e que adotou formas delgadas em contraste com as curvas proeminentes das décadas anteriores. As conquistas foram alcançadas aos poucos: a discriminação sexual foi proibida pelo governo e, atendendo às exigências das feministas, em 1973 a Suprema Corte dos Estados Unidos legalizou o aborto.

Essas conquistas das feministas estimularam outras manifestações de grupos que também questionavam os valores sexuais dominantes na época, como o dos homossexuais, por exemplo. Como conseqüência de todas essas mudanças, devemos destacar que a família, como instituição social, foi gradativamente sofrendo transformações  e, atualmente, a família contemporânea é bastante diferente de uma família tradicional das décadas de 1950 e 1960.

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Eu tenho um sonho…

O fim da Segunda Guerra Mundial despertou, em quase todo o mundo, um desejo pela liberdade e pela afirmação dos direitos civis. A liberdade era concebida como algo amplo o bastante para garantir direitos e oportunidades iguais a todos. Para o cineasta Jorge Furtado, “liberdade é uma palavra que o sonho humano alimenta, que não há ninguém que explique e ninguém que não entenda”.

Mas, nos Estados Unidos, a liberdade preconizada na Constituição de 1887 não era uma realidade. Vários grupos da sociedade não eram privilegiados com a tão sonhada liberdade, como os afrodescendentes, por exemplo. A discriminação era praticada abertamente, em escolas, universidades, restaurantes e até em bancos de ônibus e de praças. O governo, que era quem deveria garantir os direitos previstos na Carta Constitutacional, omitia-se.

Nas décadas de 1950 e 1960, a discriminação foi sendo gradualmente combatida. No início, líderes sociais organizaram manifestações públicas com o intuito de alertar as autoridade para a situação degradante em que vivia uma parcela significativa da população. Martin Luther King Jr., um desses líderes, defendia a luta pelos direitos civis, parecida com a empregada por Mahatma Gandhi na Índia. Pregando a “desobediência civil não violenta”, Luther King conquistou muitos simpatizantes à causa negra.

Novamente, como no caso já estudado do Vietnã, a opinião pública teve participação fundamental para pressionar o governo a fazer mudanças. O presidente Lyndon Johnson, atendendo aos apelos populares, proibiu a discriminação nos empregos e serviços públicos, bem como regulamentou a participação eleitoral da população afrodescendente.

Na prática, as resoluções governamentais não alteraram a vida cotidiana. Os  afrodenscendentes continuavam a sofrer com a discriminação, inclusive com represálias violentas por parte de grupos conservadores. Diante a violência com a qual eram tratados, muitos optaram por um caminho também radical: a “autodefesa armada”. Malcon X foi líder afrodescendente que influenciou o surgimento do movimento Black Power, do qual o Black Panther Party for Slef-Defense foi seu grande representante.

A “desobediência civil não violenta” dos primeiros anos do movimento por direitos civis deu lugar ao uso da violência como forma de alcançar a liberdade. Luther King, em 1963, falou que era preciso resgatar um cheque sem valor que a América deu ao negro, um cheque que foi devolvido por “insuficiência de fundos”. Anos depois, o militante dos Panteras Negras, Robert “Bobby” Seale, afirmava que era “preciso que toda a raça negra se transformasse num exército negro”, pois, segundo ele, “só assim poderemos marchar sobre este país, sobre este poder racista e dizer a este governo safado: Mãos ao alto, bando de safados, isto é um assalto! Viemos retomar aquilo que nos pertence!”

Para Leandro Karnal, especialista em História dos Estados Unidos, os ganhos dos movimentos negros foram contraditórios. A discriminação foi gradativamente combatida e deixou de existir, pelo menos descaradamente. O acesso a empregos e vagas públicas foi facilitado por “ações afirmativas”. No entanto, até a década de 1990, a maioria dos afrodescendentes permaneceu desproporcionalmente pobre e, de acordo com o periódico estadunidense New York Times em 1977, mesmo onde os negros ocupam posições de poder político, “brancos sempre retêm o poder econômico”.

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Apocalypse now: uma guerra no Vietnã

No período de Coexistência Pacífica, no qual houve um grande desenvolvimento tecnológico como consequência da corrida espacial, também ocorreu um conflito bélico de grandes proporções. Trata-se de uma guerra no Vietnã. As causas são muito semelhantes às da ocorrida na Coreia, no final da década de 1940 e início da década seguinte.

Toda a região da Indochina, no sudeste da Ásia, foi domínio colonial da França. Durante a Segunda Guerra Mundial, as vitórias alemãs contra os franceses permitiram que o Japão, aliado da Alemanha, ocupasse a região. Com o término dos conflitos e a derrota japonesa, os franceses reassumiram o controle da Indochina.

Mas a manutenção de áreas coloniais pelos aliados tornou-se insustentável. Antes do fim da Segunda Guerra, em 1941, foi se formando o Vietminh, a frente para a independência do Vietnã, que tinha o objetivo de lutar contra o imperialismo da região. Os vietnamitas combateram, durante anos, as pretensões francesas de permanecer explorando-os e, em 1954, conquistaram sua independência.

A formalização da rendição francesa foi celebrada em uma conferência da ONU, na cidade de Genebra, onde foi decidida a divisão do Vietnã em duas partes. Uma linha imaginária, o paralelo 17, separava a República Democrática do Vietnã, governada por Ho Chi Minh, da República do Vietnã, localizada ao sul e governada por Ngo Dinh Diem.

A conferência que dividiu o Vietnã também previu uma eleição geral, que deveria ser realizada no ano de 1956 e reunificaria o país. Havia, na época, uma adesão popular ao projeto de unificação vietnamita sob um regime comunista, proposta e defendida por Ho Chi Minh. O governo de Ngo Dinh Diem, no sul, era declaradamente anticomunista e, com o auxílio dos estadunidenses, impediu que a eleição fosse realizada.

O conflito político no Vietnã refletia a dicotomia da Guerra Fria. Os Estados Unidos, vivenciando aquele clima de histeria contra qualquer manifestação favorável aos socialistas, abraçou a causa de Ngo Dinh Diem e passou a amparar a oposição comunista. Os estadunidenses temiam o que Foster Dulles, então secretário de estado, chamou de “teoria do efeito dominó” em relação ao socialismo. Segundo Dulles, depois da Coreia do Norte e da China, se qualquer outro estado asiático entrasse para órbita de influência soviética isso significaria a derrota dos Estados Unidos e, por conseguinte, do American way of life baseado no sistema capitalista.

Sem as eleições que deveriam unificar o país, o Vietnã do Norte entrou em guerra contra a República do Vietnã. A presença estadunidense fornecendo apoio e treinamento ao exército de Ngo Dinh Diem foi gradativamente aumentando, e os Estados Unidos passaram a comandar tropas sul-vietnamitas até que se intrometeram diretamente no conflito, após a eleição do presidente John Fitzgerald Kennedy, em 1961.

O sucessor de Kennedy, Lyndon Johnson, intensificou a participação estadunidense no conflito do Vietnã, enviando mais de 500 mil soldados. Johnson manteve essa sua posição mesmo diante da oposição da opinião pública estadunidense e internacional. A situação piorou o início do ano de 1968, com o ataque-surpresa dos norte-vietnamitas comandados pelo general Vo Nguyen Giap, o epiódio conhecido como Ofensiva do Tet.

Richard Nixon, presidente após Lyndon Johnson, adotou uma política de redução gradual das tropas ao mesmo tempo que autorizou os mais violentos bombardeios aéreos contra cidades no Vietnã do Norte. Nixon defendia que a guerra deveria acabar, mas devia ser alcançada uma “Paz com honra”.

A intensa participação dos Estados Unidos no conflito não foi suficiente para garantir a vitória do bloco capitalista. Nos mais de 15 anos de conflito, estima-se que os Estados Unidos tenham perdido 58 mil soldados. O saldo foi mais trágico para os vietnamitas: cerca de 220 mil baixas entre sul-vietnamitas e, entre os combatentes norte-vietnamitas, a guerra gerou a cifra superior a um milhão de mortos. Apesar das perdas desproporcionais, a República Democrática do Vietnã saiu-se vitoriosa, unificando o país e impondo aos Estados Unidos uma humilhante derrota.

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Dr Fantástico: uma guerra fria

No ano de 1950, teve início o primeiro grande confronto militar que refletiu, na prática, toda a tensão da Guerra Fria: a Guerra na Coréia. A Coréia foi invadida pelos japoneses, em 1895,  tendo sido anexada como território japonês em 1910.

Mas ainda havia uma grande dúvida: “O que fazer com a Coréia?”

Tentaram resolver esse problema determinando eleições para a escolha de um único governo coreano. Entretanto, a Coréia acabou sendo dividida em duas partes:

Ao norte: República Democrática popular da Coréia.

Ao sul: República da Coréia.

As disputas entre as duas Coréias foram intensas na região de fronteira. A situação de fato virou uma guerra no dia 25 de junho, quando os norte-coreanos invadiram. A partir desse momento, a participação dos Estados Unidos, da China e da União Soviética começou a  aumentar.

Alguns historiadores denominaram esse período de Guerra Fria Clássica, pois explicitou claramente a dicotomia na qual o mundo vivia.

A guerra fria clássica ficou caracterizada por um clima de histeria coletiva, principalmente nos Estados Unidos. A ameaça comunista teve o seu mais rígido porta-voz na figura do senador Joseph McCarthy, quando este assumiu o controle do Comitê de Atividades Antiamericanas no Congresso dos Estados Unidos.

Sua atuação no comitê foi extremamente controversa. Alguns elogiavam seu inabalável patriotismo. Outros criticavam seu radicalismo, muitas vezes infundado. O discurso de McCarthy defendia a necessidade de providências imediatas contra “células comunistas” infiltradas nos Estados Unidos, gerando uma verdadeira “caça as bruxas” em todos os setores da sociedade estadounidense.

Essa política radical, denominada de macarthismo, perseguiu sistematicamente comunistas e seus simpatizantes. Entretanto, o radicalismo colocou centenas de pessoas na lista de suspeitos, por vezes sem provas convincentes, prejudicando muitas pessoas com a perda de emprego, a desestruturação das relações de amizade e convivência, depressão e até prisão.

A histeria não parou no macarthismo. Lembre-se de que, no final da década de 1950, em Cuba, ocorria uma revolução popular liderada por Fidel Castro. Na época, o bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos a Cuba e seu auxílio na invasão à Baía dos Porcos contribuíram para o alinhamento de Fidel Castro com os interesses soviéticos

Cuba tornou-se oficialmente socialista em 1961, ficando completamente isolada no continente americano. No ano seguinte, a pretendida instalação de mísseis soviéticos na ilha elevou a tensão característica da Guerra Fria.  John Fitzgerald Kennedy, então presidente dos Estados Unidos, ordenou a imediata retirada dos mísseis da região.

O então primeiro-ministro soviético, Nikita Kruschev, defensor de uma relação pacífica entre os blocos socialista e capitalista, atendeu ao apelo de Kennedy, com a condição de que Cuba não fosse invadida pelos estadunidenses. Para muitos historiadores e analistas políticos, a “crise dos mísseis” encerrou a primeira fase da Guerra Fria, encaminhando o conflito para o período denominado de Coexistência Pacífica.

Nessa segunda fase, de Coexistência Pacífica ou Détente, que compreendeu as décadas de 1960 e 1970, as potências envolvidas tentaram, a todo custo, evitar um conflito aberto. Contraditoriamente, foi o período no qual os Estados Unidos e União Soviética aumentaram seus investimentos na produção e na pesquisa de material bélico.

Foi uma verdadeira “corrida armamentista”, com ambas as potências ambicionando dominar o mundo. A ambição dos países líderes era tamanha que dominar a terra não era suficiente: desejavam também o controle do espaço sideral. Entrava em cena a “corrida espacial”, com o lançamento de satélites, naves e seres vivos ao espaço.

As conquistas soviéticas eram intercaladas com as estadunidenses. Primeiro, em 1957, os soviéticos enviaram ao espaço um satélite artificial, o Sputnik. No mesmo ano, a cadela Laika foi ao espaço para nunca mais voltar. Essa experiência com seres vivos precedeu a viagem, em 1961, de Yuri Gagarin, o primeiro ser humano a viajar na órbita terrestre a bordo de uma nave espacial, a Vostok I.

A fim de não ficarem para trás, os Estados Unidos criaram, em 1958, a NASA – National Aeronautics & Space Administration. No mesmo ano, enviaram ao espaço o satélite artificial Explorer I. Em 1962, John Glenn  foi o primeiro astronauta estadunidense a viajar na órbita terrestre.

Os avanços dos dois lados continuaram e atingiram o seu auge, se assim podemos considerar, com sucesso do  Projeto Apollo, que enviou uma nave tripulada para a Lua, onde houve o desembarque de astronautas estadunidenses em julho de 1969.

Encerrando a época da Guerra Fria, a terceira e última fase ficou conhecida como Nova Guerra Fria, ocorrida durante a década de 1980. Mas trataremos dessa última faze em outra ocasião.


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Independência dos países africanos

A ocupação do continente africano pelos europeus ocorreu de duas formas:

  • Século XV e XIX: a primeira de caráter comercial que foi caracterizada pelo povoamento de algumas áreas litorâneas utilizadas para o comércio de mercadores e escravos.
  • Segunda Metade do Século XIX: o segundo distinguiu-se pela ocupação e domínio do território africano, que teve muita influência na formação dos estados africanos bem como na distribuição de sua população.
Referência Bibliográfica
Apostila Positivo, 2011.

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Matemática Básica

.. elaborando ..

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